O “Day After”
“O que a vida exige da gente é coragem!”
Guimarães Rosa
Vinhedo parece ter amanhecido com uma “ressaca política”.
Por mais esperado que pudesse ser o resultado que se revelou nas urnas, não se pode esconder o fato que vivemos uma crise política sem precedentes.
Enquanto alguns comemoram, outros tentam achar, a qualquer custo, uma explicação para sua derrota.
Mesmo os que comemoram sabem que não existe uma maioria consolidada, capaz de sustentar um novo governo.
O certo é que as opiniões que ouço desde ontem parecem superficiais demais para explicar o que acontece. Digo mais, são opiniões nascidas da “ressaca política” que vivemos.
Existe aquela, propagada principalmente pelos defensores do atual prefeito, que diz que os “pobres e ignorantes” votaram no ex-prefeito. Além de ingênua, essa explicação é permeada por arrogância e preconceito, além de ser um claro desrespeito àqueles que fizeram essa opção.
A outra, equivocadamente, diz que os votos são graças à “força do povo”. Pode até ter respaldo nos números, mas não empolga e nem convence a cidade.
A ampla maioria do eleitorado buscava uma alternativa ao fracasso ético e político dos dois últimos governos, mas a resposta das urnas não foi uniforme. A confusão favoreceu os dois primeiros colocados, que tinham as campanhas com enormes recursos. Favoreceu, principalmente, o ex-prefeito, por ser considerado o que tinha maiores condições de derrotar aquele que tinha a maior rejeição.
Contraditoriamente, a cidade votou no “mais do mesmo”
Milton Serafim
|
16.525
|
44,86
|
Kalu
|
10.838
|
29,42
|
Dr.Dario
|
4.265
|
11,58
|
Marcos Ferraz
|
3.545
|
9,62
|
Rodrigo Paixão
|
1.660
|
4,51
|
Total
|
36833
|
100,00
|
Fonte: Site do Tribunal Superior Eleitoral e estimativa– considerado os votos válidosos ve do Tribunal Superior Eleitoral – considerado dida do que aquilo que se anunciava.
a a sa
A cidade já passou por outros momentos delicados, mas nada parecido com a situação que vivemos.
Quando a economia cafeeira entrou em crise, o povo de Vinhedo soube encontrar no plantio da uva, e depois na industrialização, a saída. Quando tivemos uma crise político-institucional com a cidade de Jundiaí, soubemos encontrar, na emancipação, o melhor caminho.
Vinhedo agora continua refém de uma terrível luta pelo poder. O que está em jogo é o gerenciamento de uma cidade sem dívidas, com um orçamento fabuloso, próximo de R$ 200.000.000 (duzentos milhões de reais).
O desenvolvimento, que nos colocou entre as seis economias mais dinâmicas do país, pode estar comprometido. Esta disputa odiosa, aliada à falta de um horizonte estratégico para a cidade, pode nos levar a uma situação insustentável.
Com um território pequeno e com sérios problemas relativos ao planejamento urbano, água, saúde, educação e segurança, a Vinhedo, que já foi considerada um dos melhores lugares para se viver, pode deixar de existir como tal.
Não se pode subestimar o que está acontecendo. Seja o primeiro ou o segundo colocado que assuma o posto de novo Prefeito, sua legitimidade já está colocada em xeque.
É isso que indica as vozes ouvidas nas ruas. É também isso que diz a justiça, já que ambos respondem por inúmeros processos que, além de tudo, corroem a cada dia o nome de nossa cidade.
Volto a dizer: não podemos ficar passivos diante dessa situação, é o futuro de nossa cidade que está em jogo.
Durante três meses de campanha eleitoral, muitas vezes a cidade foi colocada diante de uma falsa bipolarização.
Nossa candidatura apresentou, desde o início, um Programa de Governo para administrar a cidade, com um diagnóstico dos principais problemas.
Cumprimos um importante papel. Fizemos uma campanha limpa. Apresentamos propostas e fizemos centenas de reuniões por toda a cidade.
Espero sinceramente que possamos encontrar, juntos, uma saída para esse difícil momento.
Aproveito para agradecer as mensagens de apoio e congratulação que tenho recebido desde ontem. Sei que muitos, embalados pela tal “bipolarização”, optaram na reta final pelo voto útil, o que é legítimo, principalmente diante do cenário instável e confuso que vivemos.
Agradeço também aos militantes de nossa campanha que, generosamente, cumpriram a tarefa heróica de irradiar nossas idéias e propostas pela cidade, desafiando interesses poderosos.
O destino que hoje está, em parte, nas mãos dos ministros do TSE, deve ser retomado pelo povo de Vinhedo.
“O Invernos foi Deles, mas a Primavera será Nossa!”
Publicado no blog www.rodrigopaixao.wordpress.com em 06 de outubro de 2008
Você precisa fazer login para comentar.